segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Contos espalitados - Guerra


Depois de muito tempo volto a postar por aqui outro conto baseado em minhas ideias antigas. Já tinha apresentado um parte deste universo aqui e ainda contando com a parceria do amigo Eliel nos desenhos ( e agora na parte escrita), a saga continua. :D

Leiam aí o conto Guerra que se passa um pouco antes da história principal deste universo. Se tudo der certo a partir de agora a produção de histórias vai aumentar. Já temos outras histórias ganhando forma.

GUERRA

Lembro daquele dia como se fosse hoje. Era mais um fim de semana como sempre em minha vidinha monótona que se resumia a algumas cervejas, conversa fiada sobre mulheres e filmes e ressaca no dia seguinte.

Eu estava saindo do meu banho quando ouvi um estrondo ao longe seguido de mais dois outros, não me importei na hora, pareciam fogos de artifício bem ao longe.
Algum tempo depois ouvi outros estrondos numa seqüência de quatro em curtos intervalos de um para o outro, sendo que o ultimo foi bem mais próximo da minha residência. Os vidros das janelas vibraram ao som do ultimo estrondo e a luz da sala piscou umas duas vezes. Com certeza não eram fogos de artifício.

La fora eu ouvi as vozes dos meus vizinhos curiosos para ver o que estava acontecendo. Abri a janela que dava pra rua juntando-me aos demais curiosos. Todos se perguntavam o que estava acontecendo. Alguém falou que vira algo na TV sobre uma explosão no centro da cidade, mas, que agora não havia mais sinal todos os canais estavam fora do ar. Todos falavam ao mesmo tempo gerando um burburinho. Foi nesse momento que escutei algo como o som de um trovão que se aproximava rapidamente vindo pela rua de trás. Foi tudo muito rápido e do que me lembro é de estar sendo jogado pra fora da janela e o mundo girando entre pedaços de vidro, madeira, tijolos partidos e logo depois tudo ficou escuro.

Um cano estourado jogava água para o alto e as pequenas gotículas que se espalhavam no ar me despertaram da escuridão. Minha cabeça estava estourando de dor, meus ouvidos zumbiam e minha visão estava turva. Só depois de um tempo pareceu uma eternidade consegui entender minha situação. Estava deitado sobre a grama do que um dia fora o jardim da minha casa, o céu estava escuro, o ar cheirava a fumaça e ao redor eu podia ouvir gemidos e gritos desesperados.

Tentei me mover e meu corpo respondeu primeiro com dores em toda parte, mas mesmo assim consegui me sentar, a cabeça girou senti vertigens e ânsia de vomito. Mais alguns minutos se passaram até eu conseguir me recompor. Meu corpo estava coberto de poeira, arranhões e pequenos cortes. Estava vestindo apenas a minha calça jeans surrada no momento em que fui jogado da janela de casa para fora pela explosão. Minha casa agora era uma ruína.

Gostaria de dizer que fui heróico em meu comportamento diante do que vi a seguir quando consegui ficar e pé e contemplei a devastação ao redor mim. Fogo e fumaça, algumas casas ardiam em chamas, pessoas mortas em pedaços espalhados pela rua, corpos carbonizados, uns ainda agonizando retorciam-se de dor, outros cambaleavam em choque como bêbados sobre os escombros do que fora uma rua pavimentada. Uma onda de medo me atingiu como um soco no estomago fazendo me dobrar e meu estômago dando voltas me fez vomitar. O desespero me dominou por um tempo até eu escutar outros sons que se aproximavam. No inicio pequenos estampidos que foram aumentando até poder distinguir o que eram: tiros, rajadas de metralhadoras e pelo som deviam ser de grosso calibre.

Aquilo não era real, não podia ser, era um pesadelo tinha quer ser! Eu queria acordar, mas infelizmente era a verdade. Enquanto eu tentava me convencer de que estava em um sonho ruim ouvi agora gritos de pessoas pedindo por suas vidas e sendo silenciadas pelo matraquear de metralhadoras.
De repente ouvi um barulho vindo do beco que havia entre minha casa e a vizinha do lado onde ainda as paredes estavam de pé, passos apressados se materializaram na forma de um rapazinho que passou correndo por mim tão aterrorizado que notou minha presença sumindo de vista logo adiante noutro beco. Aquilo me tirou do devaneio momentâneo fazendo com que eu reunisse um pouco de coragem e curiosidade para saber o que estava acontecendo.

Avancei cautelosamente para o lado onde ouvira os tiros, ainda que inicialmente com passos vacilantes. Minha cabeça ainda doía um pouco e ainda ouvia um leve zumbido nos ouvidos. Ao me aproximar da esquina da rua me esgueirei pela parede e vi algo que apenas para mim na época só era possível nos filmes e historias em quadrinhos. Iluminados pelas chamas de algumas casas que ainda queimavam estavam dois enormes robôs. Pelo menos foi o que achei que eram a princípio. Deviam ter pelo menos uns quatro metros e altura, pintados com uma cor preta brilhante que refletiam as chamas dos incêndios. Seus braços eram armados, no direito uma metralhadora Gatling de um calibre desconhecido pra mim, mas aparentemente pesado, acho que serviria pra enfrentar até um tanque de guerra e no braço esquerdo uma larga e afiada lamina.

Estava eu ainda pasmo diante de tão exótica visão que quase não percebi quando um deles girou sua cabeça na minha direção, logo seu corpanzil metálico também acompanhou a cabeça e ele erguendo seu braço de lamina apontou para minha posição.
- Veja temos mais um ali – disse ele com uma voz metálica desprovida de qualquer emoção.
- É só mais um rato – disse o outro e soltou uma gargalhada que soou bem humana aos meus ouvidos – Vamos acabar com ele daqui a pouco, completou.

Foi por puro instinto que me joguei no chão no momento em que eles abriram fogo contra mim. Balas atingiram a parede abrindo buracos do tamanho de bolas de futebol, a poucos centímetros da minha cabeça. Tentei rastejar para longe da parede temendo que ela desmoronasse em cima de mim, o ar estava cheio de poeira e destroços. Um deles avançou até onde eu estava correndo com grande agilidade. Enquanto o outro mantinha o fogo cerrado para eu não me mover. Logo a casa da esquina desabou diante do tiroteio levantando uma nuvem de poeira que se espalhou por todo lado.

Quando a poeira se dissipou com um vento que agora sobrava ali eu me vi diante dos monstros mecânicos. Eu estava apavorado demais pra me mexer.
- Olá ratinho não quer fugir? É mais divertido, disse aquele que rira antes.
- Que... Quem são vocês? Conseguiu balbuciar quase num fiapo de voz.

Ele riu novamente da minha pergunta e do meu medo também eu acho, ele parecia se divertir com isso.
- Somos alienígenas malvados que queremos escravizar todos nesse mundinho ridículo, disse ele desatando numa outra gargalhada.

Inclinando o corpo em minha direção ele deu um passo a frente e ouvi um estalo metálico e logo das juntas de seus ombros uma nuvem de vapor chiou e as duas placas metálicas que tinha o formato de peito dele se abriram para os lados e dentro apareceu um rosto de um homem sorrindo zombeteiramente.

Ele usava um capacete com visor escuro que permitia apenas ver do nariz para baixo.
- Deixe de brincadeira Will – reclamou o outro – acabe logo com ele ainda temos muito que fazer.
Naquele momento meu medo sumiu e eu os odiei de todo coração. Meu corpo agora tremia, mas era de puro ódio. Então era aquilo tudo mais uma guerra causada por um punhado de políticos ou alguns canalhas com fome de poder? Os malditos tecnocratas interessados em testar novas armas no mínimo!
Depois as coisas que me lembro foram meus olhos ardendo, o chão a minha volta tremer e o sorriso daquele homem se desfazendo enquanto tentava se virar para seu companheiro.

- Merda, ele é um maldito dum free! - gritava com seu nariz sangrando, as duas armaduras robóticas soltando fagulhas enquanto seus membros metálicos se retorciam como papel quando é amassado. As armaduras começaram a vibrar e explodiram. Uma luz ofuscante cobriu tudo logo após e depois a escuridão reinou novamente.

Em um lampejo de consciência ainda vi dois jovens um de cabelos cacheados de cor acastanhados estavam ajudando um senhor idoso e uma garotinha que estavam presos nos destroços de uma casa, enquanto outro de cabelos castanhos cortados curtos se aproximava de mim falando algo que não conseguia entender. Mergulhei novamente na escuridão.




Espero que tenham gostado e fiquem ligados para mais histórias neste universo.
Gostaram? Odiaram? Tem alguma crítica (construtiva, por favor :D), comentem aí!

Valeu paliteiros, até a próxima.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Minha coleção no Pipoca e Nanquim


Olhem só que legal.
Depois de muito tempo e por minha culpa, admito, minha entrevista foi publicada lá no Pipoca e Nanquim.
Cliquem na foto e vejam parte da minha coleção.


Bem legal, valeu de novo pelo convite para entrevista e espero que tenham gostado.
Comentem aí o que acharam.
Valeu paliteiros, até a próxima.

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